segunda-feira, 29 de março de 2010

doce reflexão

cenas querendo me seduzir
cenas querendo me distrair
e o futuro medonho, em meio a gargalhadas
me zomba, me julga e cospe em meus sonhos
tanto faz, nada demais
provocação, motivação
é tão fácil ter ambição

mergulho agora de olhos fechados
sentindo a transparência da água
desse rio calado e agitado
é tentador me afogar
saborear esse sufoco e desespero
guardado na tão querida satisfação

mas os raios dessa luz terna
que invadem esse rio misterioso
me cegam e de olhos fechados
nado em busca da superficie
para também fazer parte dessa luz.

domingo, 21 de fevereiro de 2010

velho desabafo

meu coração parou
nunca mais se apaixonou
eu amei várias vezes
tudo deu em nada
fiz tantos sacrificios
investi na minha amada
haviam tantas promessas
selando o meu destino
mas a solidão me roubou outra vez
preciso amar de novo
pois sem amor eu vivo...
trancado na noite, caindo no abismo
perdido num beco, buscando sorrisos
mentindo verdades, bebendo coragem
amando a morte.

domingo, 29 de novembro de 2009

Deserto interno

É a estrada é essa
o que vai ser agora, voltar ou ir embora?
suas lágrimas ja secaram assim como o chão onde pisa
seu pranto te trouxe aqui
pra onde deve ir? ficar ou fugir?
aqui onde as árvores não crescem, as nuvens não molham
o tempo maltrata seu pensamento
seus olhos beijam o infinito do horizonte
que mostra quanto vale a sua crença.

a velha serpente ainda te persegue
enrolando travesseiros de cabeças cansadas
mas não feche os olhos, não se entregue agora
mate sua sede de motivos, envolva-se na aurora
que ainda a pouco ausentava teu rosto molhado.
em frente guerreiro!
pois enquanto hesita saqueiam sua miragem.

domingo, 22 de novembro de 2009

do fotógrafo

eu gosto mesmo é de tirar fotos
fotografar,fotografar

guardo tudo em minha câmera
e o mundo a minha volta anseia ser lembrado
de momentos marcantes e de agrado

quero seu sorriso, seu aniversário
num papel colorido, eternizado
penduro sua felicidade num quadro de vidro bonito
prendo suas poses com vergonha instantânea
nos inúmeros cenários mudos
que te centraliza num foco único

quero o mundo sob todos os prismas
o exibicionismo da vida na sua dança surda
em memórias de papel.